História estória dos três que se mistura. Que se misturam. Quem é um quem é outro? Quem é uma e quem é outro? Semelhanças e diferenças jogadas no liquidificador da vida, e do destino. Aquele que alguns dizem que não se escolhe.
Um desenrolar enrolado, que não tem fim. Que não teve ainda. O fim vai sendo escrito, a cada novo encontro, a cada nova atitude, a cada nova música composta, tatuagem feita ou texto publicado.
Encontros, erros, tombos, porres, fumaça, cigarro, chocolate, desilusão ortográfica, gastronômica ou somente a boa e velha que envolve sentimentos.
Aquele, encontro, prometia.
Outono é uma estação duvidosa, faz frio e calor no mesmo dia. Mangas compridas e regata. Amor e ódio. Saudade e tristeza.
Longe daquilo que a interessava, ela apagava-se do mundo. Ao seu redor, nada parecia ter importância. O contexto onde estivera acostumada, onde vivera o seu sempre, era agora desprezível. Por sua conta. E risco.
Ele consumia-se na ansiedade e nos cigarros. Como causa e efeito. Sua alma tinha formato de clave de sol. Sozinho nas madrugadas afora, sua voz era sua escrava. Bem como seus dedos, que procuravam por uma nova melodia. Uma que agradasse, que fosse sincera e intensa. Que marcasse.
E ela queria reinventar. Sua vida, seu cabelo, sua casa. Sabia que a mudança era necessária mas não sabia como nem por onde começar. Sentia que faltava as ferramentas. Não adianta ter nas mãos um diamante e não saber lapidá-lo.
Elas o ouviam. Separadamente, cada uma em uma mesa. Uma à frente do palco, prestando atenção em cada acorde tocado no violão e a outra um pouco mais atrás, disfarçadamente encolhida na cadeira.
Três existências completamente diferentes ali estavam, dividiam o mesmo ambiente. E não sabiam. Não sabiam-se.
Proporção sem tamanho, sem perceber estavam ali, juntos. Apesar de tudo, apesar do resto do mundo.
Até que chegaria o momento em que um deles perguntaria: o que estamos fazendo das nossas vidas?
Mas por que fazer perguntas que não tem respostas? E pior: com quem está a solução?
Não sei se me senti mais parte do que à parte disso tudo. Só sei que quero participar. Não faço a mínima ideia de que personagem eu seria... ou seria mais correto perguntar: que personagens me seriam?
ResponderExcluirGostei do cordão invisível! Faz todo sentido do mundo!
ResponderExcluirÓtimo texto, como sempre!
Aquele abraço!
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