terça-feira, 27 de julho de 2010

Sábado

Tantos eram os arrependimentos por ter estado lá. Havia uma revolução interna - precisava ser diferente, fazer diferente. A mudança viria com os novos fios de cabelo?
Lugar imundo, fétido. Apenas seu asco se enobrecia ali. Desfrutar daquele prazer carnal não o faria mais homem, nem mais experiente. O faria, possivelmente, mais bruto.
A ânsia o dominava. Sua beleza minimizada na timidez de quem era um novato ali.
Pediu a ela que não falasse uma palavra sequer. Não tinha esse direito e ele não estava ali para ouvir.
Ela, contrária ao pedido que soou como ordem, disse que não tinha direito a nada mesmo, seria algo a menos pra quem não tinha quase nada. Não sabia ela que tão poucas palavras ocasionariam tantas mudanças.
Por um instante ele perdeu o conhecimento elementar.
Deu a ultima tragada no cigarro e jogou uns trocados em cima da cama. Pensou na pobre criatura que ali estava. O que fez para merecer aquela vida cruel?ou será que ela gostava daquilo? Faltou-lhe coragem, mas por outro lado sobraria orgulho. Bateu a porta e saiu. Sentiu-se no direito de não precisar dar satisfações a ela, que ficou do lado de dentro sem entender quase nada - como de costume.
Ei, você não pode sair assim sem pagar!
Deixei o dinheiro lá em cima, no quarto.
Aqui as coisas não funcionam assim. É a mim que você tem que pagar e não me interessa o que você fez lá dentro. Porém, confesso que fiquei curioso, afinal você foi mais rápido do que o costume.
Pouco me interessa o senhor e suas dúvidas.
Virou às costas e saiu.
Antes de por o primeiro pé fora da porta um copo voa, não tão misteriosamente, em sua direção.
Se não vejo o dinheiro compartilho o prejuízo!
Cinco pontos na nuca, dor e além de um pouco de sangue, perdera o cabelo. O médico precisava suturar o ferimento com precisão. Não tinha raspado a cabeça nem quando passou no vestibular.
Não se reconheceu na frente do espelho.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Você

Sonhei com você esta noite,
novamente.
Incontáveis noites sonhadas
intermináveis dias não vividos
Não sei mais onde você está
não podes me ouvir, sequer me ler
E, mesmo assim
eu penso em você.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Horizonte

As ideias fogem
O som não é ouvido
Impossível compreender o próprio pensamento
Onde está com a cabeça? alguns podem perguntar
a cabeça não sei, mas os olhos sempre buscam o futuro.