Acendo um cigarro e um incenso e penso que essa paz que
sinto agora é a paz que eu busquei nos últimos dias. As férias foram
terrivelmente longas, e não sei quanto tempo vou demorar até me organizar novamente.
Tô perdida.
Perdi a inspiração para esses poemas de amor vazio que eu
vinha escrevendo, perdi a perspectiva ilusória que eu estava alimentando dentro
da minha cabeça. Muito do mundo virtual de hoje colabora para que eu pense, e
imagine, assim. Muita coisa só acontece dentro da minha cabeça. Arrisco a dizer
que as coisas mais legais acontecem somente dentro da minha cabeça.
Por outro lado, sou uma folha em branco. Qualquer um pode
vir e fazer um risco, um desenho, escrever alguma coisa. Isso faz com que eu não
idealize nada, que viva mais a realidade e para de sonhar. Aliás, o quanto de
realidade eu realmente vivo?
Então deixa esse anônimo tímido riscar traços de afeto, carinho e entendimento. Deixa fluir seus devaneios mais alegres, imersa na paz mais desejada, emaranhada na rede virtual mais solitária. Deixa fluir o imo dos seus pensamentos oníricos, afinal, a vida sem sonhos é apenas existência. E deixa eu ser chato, usar a última ponta do grafite pra escrever isso aqui, Mariana: apaga o cigarro.
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