Eu gosto de velas perfumadas, coloridas. Mas nunca as
acendo, mesmo sabendo que podem liberar um cheiro gostoso. Tenho pena de
queimar. Elas acabam tão rápido!
Não que eu faça algo com elas apagadas, por que nem para decoração as uso. Não faço nada, nem acendo.
Não que eu faça algo com elas apagadas, por que nem para decoração as uso. Não faço nada, nem acendo.
Não esqueço.
É como ter o teu numero de telefone salvo na minha agenda. Ele
está ali, apenas. Não te ligo, nem mando mensagem. Por tanto tempo, e tantas
vezes, fiz isso. Em muitas vezes me arrependi depois de já ter apertado o botão
enviar. Tarde demais. Mas nem arrependimento eu sinto mais, por que não nos
falamos. Não há comunicação.
Se eu acender uma vela, e me arrepender depois, ainda posso
assoprar bem rápido, apagar o fogo, preservar a vela. Ela vai ficar diferente;
o pavio vai ficar preto, e vai ficar um cheiro de fumaça no ar, mas a vela
ainda será bonita e cheirosa se eu a apagar a tempo. Já uma mensagem enviada não
tem volta, não há o que fazer. Bem como um toque no telefone, ou um único sinal
de chamando já é suficiente para estragar tudo. Para transformar o silencio em
recordação.
Acho que não lembro mais como é o som da tua voz.
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