quarta-feira, 5 de março de 2014

A vela que não te leva

Eu gosto de velas perfumadas, coloridas. Mas nunca as acendo, mesmo sabendo que podem liberar um cheiro gostoso. Tenho pena de queimar. Elas acabam tão rápido!
Não que eu faça algo com elas apagadas, por que nem para decoração as uso. Não faço nada, nem acendo. 

Não esqueço.

É como ter o teu numero de telefone salvo na minha agenda. Ele está ali, apenas. Não te ligo, nem mando mensagem. Por tanto tempo, e tantas vezes, fiz isso. Em muitas vezes me arrependi depois de já ter apertado o botão enviar. Tarde demais. Mas nem arrependimento eu sinto mais, por que não nos falamos. Não há comunicação.

Se eu acender uma vela, e me arrepender depois, ainda posso assoprar bem rápido, apagar o fogo, preservar a vela. Ela vai ficar diferente; o pavio vai ficar preto, e vai ficar um cheiro de fumaça no ar, mas a vela ainda será bonita e cheirosa se eu a apagar a tempo. Já uma mensagem enviada não tem volta, não há o que fazer. Bem como um toque no telefone, ou um único sinal de chamando já é suficiente para estragar tudo. Para transformar o silencio em recordação.


Acho que não lembro mais como é o som da tua voz.

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