terça-feira, 27 de novembro de 2012

Fuga(z)


Para Helo, com amor.  Por que o texto é teu desde a primeira frase que deu origem a ele.

A gente vive fugindo.  E na maioria das vezes sem saber pra onde. Mas nem todos querem fugir, aliás, tem uns que querem mesmo é ficar parados. Só quem pensa demais quer fugir – por não estar satisfeito com o local em que está, com o que está fazendo da vida, com as pessoas tem; se é que temos alguém nessa vida, além da gente mesmo.
Antes a fuga do que o conformismo.
            Mesmo sem admitir, ou perceber, queremos ser melhores; queremos deixar tudo lindo, nos conformes. Queremos ter prazer em toda transa, queremos comer o chocolate mais gostoso do mundo a cada bombom que é comprado na fila do caixa do supermercado, queremos a melhor festa, com música boa e gente bonita.  E por que a vida não pode ser assim, não é mesmo? Não tem nada de errado em querer que ela seja assim.
            Fugir, correr pra longe; pra um lugar distante ou para um abraço apertado, queremos mesmo é ir. Porém o problema está aqui. E estar aqui talvez seja uma fuga de verdade.
Como fica, então? Onde arrumar coragem pra sair da cama todo dia e encarar a vida? A entediante, maçante, chata, mas linda, vida. 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012


Quando parece estar tudo correto com a enzima, vem alguém e muda o substrato – sem aviso prévio ou motivo convincente.
A fortaleza que voltava a ser construída, lentamente, desmorona  novamente. Escombros.
Começar de novo.

Bons tempos em que uma panela de brigadeiro e uma música boa ajudavam a amenizar os problemas. Hoje nenhuma música acalma, traduz o que sinto, e também o que não sinto.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012


Comprei um apontador e não uso lápis.
Tinha várias coisas para fazer e encaminhar, mas perdi a hora e acordei tarde.

O que realmente vale a pena?

Eu preciso de tudo isso? E mais: esse tudo está ajudando? Na construção do meu ser? Será?

Esse lance de construção (do meu) ser vem rondando minhas ideias nos últimos dias.
Como se todas as coisas tivessem que significar alguma.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012


Queria poder te abraçar forte
e ter o poder de te fazer esquecer
de quase tudo
ao menos por um minuto

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

As pessoas que acordaram antes de mim


Acordei tão triste que, ao me olhar no espelho do elevador, senti pena de mim mesma. De cara lavada, o que não é novidade, eu estava pálida, largada, solta. Na verdade fui dormir triste, então não tinha como ter acordado de outro jeito.
Ando me sentindo mal. Com várias coisas, por causa de várias pessoas.

Saí de casa cedo, por incrível que pareça não acordei com sono, mesmo tendo dormido pouco.
Encontrei uma moça no caminho, que voltava da feira com sacolas cheias. Parecia que alguém havia ela mandado sair, fazer aquelas compras pra servir-lhe um luxo, um gosto.
Muitas pessoas saíram de casa mais cedo que eu. Hoje, especialmente, nenhuma delas me parecia feliz. E hoje é sexta feira! (foda-se, aliás, qual diferença faz hoje ser sexta?)

Só me dei conta que já tinha passado metade do CD quando sentei no banco do ponto de ônibus e prestei atenção na musica que tocava. O mp3 estava tocando há quase quinze minutos, inutilmente.

Ando assim, não prestando atenção em algumas coisas e perdendo um bom tempo com outras, buscando esperança num abano feito de dentro de um carro, que estava indo pra onde, talvez, eu devesse ter ido.

Foi.

domingo, 8 de julho de 2012


Tem tantas fotos que eu queria te mostrar, tantas músicas pra gente ouvir.
Agora o vazio parece maior ainda, maior do que antes. Ele ficou mais evidente, e eu ainda não sei como preenche-lo.
O desperdício corre solto, o meu. Devagarzinho flor em flor, como disse Cazuza.