quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Ah, vida real

- A senhora está de quantos meses?
- Vinte e oito semanas. Precisamente.
- E já sabe o sexo?
- Uma menina. Vai se chamar Ágata.
- Nossa, que bonito!
- Eu não gostei. Eu e meu marido tínhamos um trato. Se fosse menina ele escolheria o nome e se fosse menino eu decidiria. Então ele acabou ganhando.
- Gosto do nome. Lembra a escritora Ágata Christie.

Silêncio.
A futura mãe ficou com a informação na mente, não sabia quem era aquela escritora. E, quem havia feito as perguntas a gestante, não querendo menosprezá-la, mas achava uma tremenda besteira concordar com o marido naquele ponto. Nome é pra sempre.

Bem que aqui poderia ter uma musiquinha, né? Sei lá, um rádio.
Ficaria mais animado. Menos... tenso.

- O nome tem algum significado?
- Que nome, mulher?
- Da nossa filha.
- Tem um significado relevante.
- E por que você nunca comentou nada? Não explicou sua escolha
- Você poderia ter me dito que não gostou do nome.
- Mas eu gostei!
- Não é o que seus olhos me dizem...
- Simplesmente aceitei sua escolha, tínhamos um trato.

A mãe vai ate uma livraria e pede todos os livros de Ágata Christie.
- É uma bailarina ou um jogador? perguntou a atendente.
- Uma bailarina.
Havia bons motivos pra comprar, e ler, os livros. O principal estava do lado de dentro.

Cansado de tanto olhar aquela pedra azul o pai, finalmente, toma uma decisão. Se vendesse a pedra conseguiria muito dinheiro. Mesmo sendo tentador, não se arrependeria da escolha feita. O presente ficaria marcado na eternidade.
- Estou ciente de que esta é uma pedra valiosa, tome muito cuidado ao lapidá-la.

No dia do nascimento do bebê o pai presenteou mãe e filha com um pingente azul de Ágata, a tão valiosa pedra azul.

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