terça-feira, 18 de maio de 2010

Um bom texto de Everson Fernandes (http://www.myownbomb.blogspot.com), acadêmico de Direito. Pediu um espacinho aqui, então aí vai:



Nas décadas de 60 e 70, o Brasil viveu um período de regime autoritário: a ditadura militar. Nesse contexto, milhares de pessoas foram às ruas em protestos nos quais muitos acabavam presos, torturados, expulsos do país e até mortos. Submetiam-se a isso em busca de algo maior, para o bem geral: a liberdade.
Passados os anos, chegamos na atualidade. Hoje vivemos uma sensação de liberdade, mas não somos livres de fato. A ditadura militar, para muitos, se tornou só mais um capítulo na História do Brasil e apenas preenche o cronograma escolar da disciplina. Esquecem que um dia alguém lutou por um futuro melhor para nós.
Tais “mártires” ou heróis não imaginavam como as próximas gerações usufruiriam dessa liberdade (quando falo em liberdade, não falo do sentido pleno da palavra, até porque o homem teria que evoluir muito para conseguir viver em tal estado). Não imaginavam como os jovens desenvolveriam uma certa ojeriza por política; assunto que hoje é para poucos. São poucos que se interessam em reivindicar seus direitos e agirem como cidadãos.
No universo musical, o quão decepcionado estaria Geraldo Vandré, que quando cantava “vem, vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer [...] Somos todos soldados armados ou não” instigara uma multidão a se pôr de pé e lutar. Hoje nos empurram aos ouvidos uma enchente de músicas fúteis, que de nada falam.
O slogan “Brasil, ame-o ou deixe-o” [ou seja convidado a deixá-lo] hoje certamente ainda faria algumas pessoas rumarem em direção a outros países, mesmo concordando que nos últimos anos os brasileiros têm elevado sua auto-estima. O orgulho nacional – o patriotismo - que deveria ser o sentimento mor de um cidadão, só aparece quando se trata de futebol ou carnaval.
Não seria necessário dizer que ser patriota é estar conformado com a situação do país; é, pelo contrário, lutar pela melhora do mesmo. A falta de patriotismo, talvez, seja o maior sinônimo para o conformismo. Como eu mesmo digo: cidadão bom é aquele que nunca está satisfeito.

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