quarta-feira, 10 de março de 2010

Deficiência cultural

Usarei uma pecinha loira e contemporânea para exemplificar minha crítica. Nada pessoal, até por que, eu atiraria no próprio pé ao falar mal dele.
Por ser a capital do Estado, Florianópolis deveria oferecer mais cultura. Sei que nesta ilha há muita gente que luta - para aproximar a literatura do povo, para que música seja ouvida, sentida, para que peças de teatro sejam vistas. Mas o esforço não é suficiente.
Ontem (09/03/2010), Humberto Gessinger do (ex) Engenheiros do Hawaai esteve num dos shoppings da cidade, para uma pequena apresentação musical seguida de uma sessão de autógrafos do seu novo livro( Pra ser sincero)
O local estava lotado. Pessoas em todos os andares, esforçando-se para ver uma pontinha do cantor, tentando registrar o momento com uma fotografia.
A livraria onde ocorreu a sessão de autógrafos nunca estivera tão cheia.
Grande maioria das pessoas que aguardavam na fila por um autógrafos eram jovens, que se pisoteavam educadamente. Muitos estavam numa loja de livros pela primeira vez, afirmando seu lado capitalista despertado pelo loiro gaúcho, outros entraram ali “por causa do movimento”.
A vinda do Humberto foi um pequeno deleite para os fãs. E se ele viesse uma vez por mês à livraria? Durante quantos meses a lotação continuaria?
A euforia vem da falta. Não quero questionar a quantidade, muito menos a qualidade, dos fãs do Humberto, e sim, meu espanto com a falta de eventos culturais por aqui.

Como ter uma cidade mais cultural? Valorizar o que temos e lutar por mais?
A culpa da deficiência cultural é de alguém?





Pela qualidade, dá pra ver que a foto foi tirada por mim. E, no dia em que eu consegui a foto, teve ciclone em Floripa. (!)
"Nem tão longe que eu não possa ver. Nem tão perto que eu possa tocar."

Um comentário:

  1. Me de um gole de seu ceticismo.
    Nascemos desprotegidos.
    Não olhe para meus tênis novos.
    Não precisamos sorrir de forma imbecil.
    Para que o teto se mostre mas alto.
    Pra que andar para trás.
    Não quero contar mais minhas pegadas.
    E nem perecer sobre o peso do silêncio.
    Meu coração não é um músculo.
    Cansei de esquadrinha a busca coletiva.
    Cuspo nós fins, quero viver no meio.

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