quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Opaco

Comprei pão sem sentir fome, bebi muito café pra sustentar o vício, não fiz por preguiça.
Sabe quando não tá bom o suficiente mas nem tão ruim assim? Pois é
Não sei o que está errado, o que tem de errado. Se o errado sou eu.
Por que tem aquela velha mania, minha, de por o “eu” em tudo. Meu eu parece não se cansar.
Dessa vida cinza, que realmente precisa de cor.

domingo, 14 de agosto de 2011

Desesperadamente quieto


Por que hoje ninguém me tira esse silencio. Nem a melhor das conversas, a pessoa mais falante do mundo, nem essa música agitada.  Só falariam o que eu já não agüento mais ouvir, o que eu quero achar que esqueci, ou que ficou pra trás.
Hoje o meu silencio parece não querer ficar calado. Ele ocupa espaço, me perturba cada vez que eu paro evito pensar mas quando vejo jáestoupensando.
Não sei como por esse silencio inconveniente pra fora, não sei se eu conseguir fazer com que o vazio seja inspirador.Tá mais pra desesperador. Desesperadamente quieto. 

terça-feira, 9 de agosto de 2011


O quadro negro não é mais negro
Até ele mudou
(e por que não poderia, não é mesmo?)
Tanta coisa diferente
e eu aqui, no mesmo lugar.

Agora o quadro é branco
o giz se aposentou
Será que foi embora?
Você do mesmo jeito, sempre igual
Será que vai voltar?

domingo, 7 de agosto de 2011

- Qual parte do corpo você mais gosta?
- Acho que as mãos. São tão..pessoais.
- Mas todas as nossas partes do corpo são pessoais, não?
- São sim.  Eu quis dizer que as mãos são especiais, ao menos pra mim. Elas parecem ter identidade. Você pode dar um sorriso falso, as mãos raramente mentem.
- Por isso você gosta tanto de segurá-las?
- Creio que sim. Elas representam um mundo. Um mundo pra mim. O mundo nas minhas mãos.


 "Mãos e coração, livres e quentes...”
Antigamente eu queria ler coisas diferentes, ver filmes que nunca vi, descobrir bandas, cantores.
Hoje sinto vontade de ver o mesmo filme, toda vez que assisto um. Ouço as mesmas bandas e as mesmas músicas, todo dia. E ando relendo os mesmos livros, os mesmos autores.
E não tento mais responder aquelas velhas perguntas.
O que mudou?