domingo, 30 de maio de 2010

A encruzilhada

FarmaContos surge com outra bela interação de colegas em uma aula entendiante.
Agradecimento aos participantes: Arthur, Carol, Kauê e Michele.


Ela acreditava em tudo e pagou por isso. Dar atenção demasiada a opinião alheia só poderia causar destruição. E agora seu único desejo é fazer eles pagarem.
Foi assim que Lara decidiu seguir a estrada de pedra.
Ela procurava por uma encruzilhada. Neste caminho ela certamente os encontraria e faria justiça.
Tudo começou quando ela recebeu o convite para aquela festa a fantasia, a famosa festa das ilusões, como era chamada na universidade.
Nesta festa, todos os jovens mais conhecidos da cidade se encontravam para burlar a lei. Drogas lícitas e ilícitas vistas através de pessoas desconhecidas, pois elas estavam fantasiadas - quase ninguém se reconhecia.
Os olhos de Lara brilharam subitamente, mas não por causa das drogas ou da oportunidade, mas sim por causa daquele fantasiado, que seria a causa do inicio de seu fim. Mesmo sem ver seu rosto ela sabia que era ele.
Lara aproximou-se vagarosamente, seu coração estava acelerado e seus sentidos abalados. Ele estava lindo - de chapéu e suspensório - então toda a euforia só poderia vir por causa dele.
Mas então palavras maldosas chegaram, boatos e intrigas sobre a sexualidade dele a abalaram. Boatos breves, tudo por que ele era tímido e não vivia rodeado de mulheres.
Ela tirou essas dúvidas. A noite tinha sido mágica. Sentiu um acréscimo de estima em si e parecia, enfim, estar numa existência superiormente interessante, onde cada minuto tinha sido diferente e sua alma se cobria de luxo, de diferentes sensações.
Aquele beijo foi inesquecível.
Pena não ter sido em Lara, e sim, na sua melhor amiga, Ginger.
Lara ficou possessa, foi do céu ao inferno em dois segundos. Precisava vingar-se de Ginger, ela estragou seu sonho temporário - de estar mais perto do belo e forte do chapéu.
Mas ele também não era inocente e iria pagar: um plano se formava.
Destarte, Lara espreitou o casal até o final da festa, esperando que seus alvos fossem embora pelo sinistro caminho de pedra. Mas, ela se distraiu e eles seguiram o caminho, quando ela estava quase lá... uma encruzilhada.
Seguir pelo caminho direito ou pelo caminho da sua justiça? esta é a verdadeira dúvida: se vingar para uma falsa satisfação ou se conformar e seguir adiante por um caminho ainda inexplorado, sem garantias e sem perspectivas, apenas a idéia de seguir adiante.

domingo, 23 de maio de 2010

Descontentamento

Aquele grito silencioso que só ela ouvia. Queria espantar aqueles monstros, canalizar toda aquela energia desperdiçada no simples ato de existir.
Não sabia como, com quais ferramentas, com quem.
O ócio passava distante- ao menos deveria- em meio à testes, compromissos e gotas de chuva, que não paravam de cair.
Conformismo e acomodação.
Vergonha? Só a alheia...
Em meio à idas e vindas, novas respostas, descobertas e considerações.
Escrever para libertar-se, por um momento de vida menos inútil e medíocre.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Incógnitas I

O que nos trás felicidade são atos ou atitudes ou circunstancias que nos fazem esquecer de tudo?
Um momento de distração em que você não pensa em nada além do que ali está.
Quase como um universo paralelo, onde a sua concentração está toda focada no ali, no agora - por mais que não pareça, momentaneamente, importante.
Depois você percebe a importância, e, com ela vem o contentamento.

E aí?

terça-feira, 18 de maio de 2010

Um bom texto de Everson Fernandes (http://www.myownbomb.blogspot.com), acadêmico de Direito. Pediu um espacinho aqui, então aí vai:



Nas décadas de 60 e 70, o Brasil viveu um período de regime autoritário: a ditadura militar. Nesse contexto, milhares de pessoas foram às ruas em protestos nos quais muitos acabavam presos, torturados, expulsos do país e até mortos. Submetiam-se a isso em busca de algo maior, para o bem geral: a liberdade.
Passados os anos, chegamos na atualidade. Hoje vivemos uma sensação de liberdade, mas não somos livres de fato. A ditadura militar, para muitos, se tornou só mais um capítulo na História do Brasil e apenas preenche o cronograma escolar da disciplina. Esquecem que um dia alguém lutou por um futuro melhor para nós.
Tais “mártires” ou heróis não imaginavam como as próximas gerações usufruiriam dessa liberdade (quando falo em liberdade, não falo do sentido pleno da palavra, até porque o homem teria que evoluir muito para conseguir viver em tal estado). Não imaginavam como os jovens desenvolveriam uma certa ojeriza por política; assunto que hoje é para poucos. São poucos que se interessam em reivindicar seus direitos e agirem como cidadãos.
No universo musical, o quão decepcionado estaria Geraldo Vandré, que quando cantava “vem, vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer [...] Somos todos soldados armados ou não” instigara uma multidão a se pôr de pé e lutar. Hoje nos empurram aos ouvidos uma enchente de músicas fúteis, que de nada falam.
O slogan “Brasil, ame-o ou deixe-o” [ou seja convidado a deixá-lo] hoje certamente ainda faria algumas pessoas rumarem em direção a outros países, mesmo concordando que nos últimos anos os brasileiros têm elevado sua auto-estima. O orgulho nacional – o patriotismo - que deveria ser o sentimento mor de um cidadão, só aparece quando se trata de futebol ou carnaval.
Não seria necessário dizer que ser patriota é estar conformado com a situação do país; é, pelo contrário, lutar pela melhora do mesmo. A falta de patriotismo, talvez, seja o maior sinônimo para o conformismo. Como eu mesmo digo: cidadão bom é aquele que nunca está satisfeito.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

esGOTAmento

Na quarta-feira também tem aula de Física :P

De uma torneira caem gotas, do céu cai a chuva e dos olhos de Érika caiam as lágrimas.
Lágrimas de extrema alegria, pelos acontecimentos, realizações.
A felicidade está nos detalhes - de uma amizade, a qual Érika se dedicou totalmente.
Ela tinha um amigo gay, o Raul. Eles se divertiam justos. A amizade era colorida e inabalável, até o surgimento de Alejandro.
Com o surgimento dele, Raul só tinha tempo para idolatrá-lo. Tudo era Alejandro. Érika sentiu-se sozinha, perdida. A opção sexual do amigo nunca havia atrapalhado a amizade deles.
Até que tudo mudou. Alejandro introduziu Raul no mundo das drogas.
Raul, em uma de suas “bad trips” atirou uma faca em Érika, no entanto atingiu alejandro diretamente na testa, perfurando o frontal e atingindo o cérebro.
Alejandro soltou um grito de dor e caiu sobre os pés de Érika. O sangue escorria pelo chão, sujando a sala da casa.
Ele desesperou-se, não tinha noção da proporção de seus atos falhos e do ocorrido.
Após atendimento médico, foi constatado que Alejandro teve amnésia aguda. Não lembrava de mais anda, apagou tudo.
Ao acordar no hospital reparou naqueles olhos azuis, cabelos longos, pele delicada..não conhecia nada mais bonito, sua segunda primeira lembrança era deslumbrante.
Raul correu ao seu encontro, feliz por seu amigo estar vivo. Mas, Alejandro parecia hipnotizado por Érika, não via mais nada a seu redor.
Então, a polícia chega ao quarto do hospital para investigar o ocorrido. Érika se desespera, tenta inventar uma historia para livrar seu amigo da prisão, mas o policial não se convence, e, então Raul é levado pelo policial.
Sozinho na cela, ele reflete sobre sua cronologia de vida, rasga os lençóis da sua cama, trança-os, amarra no gancho do canto da cela e enlaça.
Com o lençol no pescoço, sobre numa cadeira, e, sua vida toda passa como um flash em sua mente.
A cadeira cai, o laço se aperta e mais nada importa- apenas o som na cela, de uma torneira que caem gotas...


FIM


Créditos: Alisson, Alessandra, Arthur, Carol e Michele :D sem vcs, as aulas e o blog não seriam os mesmos!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Do ócio à criatividade

Aula de Física útil e agradável, colegas dispostos a soltarem suas palavras numa folha de papel. O resultado tá aí:


Luíza
pequena
queria um
marujo tranqueira
mas de bom coração para poder se divertir
É uma pena que o marujo estava com a perna quebrada e não pode casar-se com a princesa Alice.
Nada mais seria perfeito na casinha de bonecas...
Pra ela o tempo passou, mas o marujo continuou ali, imóvel, inquieto e tão frio. Mas ele não contava com a astúcia de Alice, que quando surgiu oportunidade aproveitou e chamou a amiga Rapunzel para um papo e falar sobre a relação com o marujo coxo.
Será que tudo na vida dos dois seria de altos e baixos?
Talves tudo seja devaneios de sua mente e princípios de loucura. Poderia ser, mas algo como lágrimas solitárias escorriam sobre o rosto de Alice.
Lágrimas que caíam ao lembrar do passado, toda aquela nostalgia.. Havia incertezas de que aquela era a vida que sonhara. A depressão do momento seria devido a ausência de amor verdadeiro? Ou seria devido a impossibilidade da realização de um sonho?
Sonhos?
O marujo estava ali, tão perto e também tão longe dela.
Seis horas. Chegara a hora de deixar o marujo, a amiga Rapunzel e o sentimentalismo no texto da peça de teatro e assumir sua verdadeira identidade- apesar de a vida real misturar-se com a ficção.
Atriz talentosa e bem sucedida, mas, infeliz no amor.
Sonhava com aquele marinheiro que ficou naquele porto..
Ela fez sua escolha, preferiu ela á ele.
Precisava continuar sua rotina e esquecer o marujo. Porém, não conseguia continuar sua vida. Passava dias e noites imaginando como seria a vida com o marujo w foi se perdendo em seus pensamentos, chegando a beira da insanidade.
Ficção e realidade. Ela estava cada dia mais confusa. Tudo tão semelhante e ela temia tanto isso...
Realidade e ficção misturadas, mas se a ficção se concretizasse o fim seria inevitável.
Porque não viver nos sonhos? Acreditar que o melhor pode sempre acontecer, que o marujo estaria ali quando precisasse de ombros fortes para suportar o peso da realidade.

FIM



Créditos: Michele, Alisson e Carol, que participaram com muita criatividade :D
e aos outros colegas, pela ânsia em ler nosso primeiro texto!